A pandemia de Covid-19 obrigou muitas empresas a reinventar-se ao longo do último ano. Em particular, aquelas cujo núcleo de atividade dependia de um afluxo regular de público e que foram mais afetadas pelos confinamentos, entre outras restrições. Perante estas dificuldades, a difusão da imagem da marca pode ser um aspeto determinante para avançar e sobreviver. Como? Neste artigo apresentamos-lhe um caso muito interessante: o museu do Louvre e o seu merchandising.
· O impacto do Coronavírus no Louvre
Os museus são um exemplo de setor duramente atingido pela Covid-19. No caso do Louvre, os números dão uma boa ideia do impacto da situação. Em 2019, o museu parisiense recebeu 9,6 milhões de visitantes (para comparação, a galeria do Prado em Madrid teve quase 3,5 milhões). Com o confinamento e as restrições ao turismo, o número de visitantes deste importante espaço cultural caiu 70%, de acordo com o canal France 24.
Em volume de negócios, as perdas foram de 90 milhões de euros. E neste ponto é importante recordar que o Louvre esteve fechado entre março e julho de 2020. Voltou a abrir as suas portas durante o verão, mas em outubro o governo de Emmanuel Macron decretou um novo confinamento que levou a um novo encerramento.
Quando os consumidores ficam tanto tempo sem poder usufruir de um serviço ou produto por motivos de força maior, existe o risco de que se esqueçam da marca. Mas no caso deste museu, trata-se de uma premissa praticamente descartável (devido ao seu reconhecimento mundial). Mas, mesmo assim, é necessário encontrar novas formas de manter viva a memória dos potenciais visitantes e compensar, ao mesmo tempo, o prejuízo económico da instituição.
Certamente estará a pensar que a primeira medida a implementar neste caso consiste na melhoria da loja online, seja através do lançamento de ofertas especiais ou publicando mais produtos. E tem razão: o Louvre optou por este caminho. Vendo que as visitas ao seu site dispararam durante os primeiros meses de confinamento, os responsáveis do museu decidiram criar a sua própria loja online.
A estratégia não consistia apenas em criar um novo canal de vendas, mas também em afirmar a marca face a outros equipamentos culturais, num momento em que o contacto direto com o visitante ou consumidor cultural praticamente desapareceu devido à pandemia. Além disso, o museu soube como adaptar-se ao novo cenário, vendendo produtos tao variados como brincos, sacos, livros, capas para telemóveis, almofadas ou jogos de tabuleiro, entre muitas outras alternativas.
· Produtos promocionais como embaixadores da marca
Mas a estratégia promocional do Louvre incluiu outras medidas. O museu transformou os seus produtos de merchandising em embaixadores da marca e começou a vendê-los em locais que puderam abrir durante esses meses de restrições. Um bom exemplo disso foi o acordo estabelecido pelo museu com as lojas Uniqlo para vender roupas em todo o mundo, na rede de lojas dessa marca.
Não se tratou neste caso de criar uma nova imagem, mas de aproveitar a popularidade de algo que já existe. Se olhar para a coleção, encontrará peças de roupa com as obras mais conhecidas do Louvre estampadas, como a Mona Lisa ou a Vitória de Samotrácia.
Também chegaram a um acordo com a Casetify, uma empresa de acessórios para gadgets tecnológicos. Graças a esta aliança agora é possível ter uma capa para smartphone (ou tablet) ou um carregador com uma ilustração das obras mais emblemáticas do museu parisiense.
Talvez esteja a pensar que o seu negócio não tem muito a ver com o merchandising de museus. Mas este caso pode ser uma excelente fonte de inspiração. Pense em como pode distribuir os seus produtos promocionais, mesmo que os seus canais habituais de contacto com os seus clientes se tenham visto afetados. E a criação de uma loja online (se ainda não a tem), é um passo praticamente inevitável neste processo. E, tal como fez o Louvre, poderá reforçar a imagem de sua marca com técnicas e produtos originais, ajudando a sua empresa a superar estes momentos tão difíceis.
Depois de lançar a sua loja online, pense em criar uma nova linha visual para produtos que já usou anteriormente, tais como canecas, roupas ou bolsas. Se estes artigos forem originais ou mesmo impressionantes (porque não?), com certeza serão bem recebidos e os seus clientes continuarão a recordar a sua marca. E inclusivamente estes produtos podem ser uma excelente via para atrair a novos clientes.
Também pode explorar novos caminhos com brindes promocionais que não contemplou até agora. Por exemplo, uma ideia interessante consiste em oferecer brindes para teletrabalhadores, tendo em conta o crescimento desta tendência com a pandemia. Certamente serão muito bem recebidos, principalmente se optar por um produto promocional que seja útil para o dia a dia, multiplicando assim as suas possibilidades de sucesso e aceitação.
Como pode ver, é possível encontrar soluções eficazes e originais para ajudar a superar os efeitos adversos que a pandemia causou. O novo merchandising do Louvre é um exemplo disso. E os brindes publicitários, em geral, podem ser uma excelente via de escape para qualquer tipo de empresa, graças à sua versatilidade e eficácia.